Quanto aos conhecimentos prévios anteriores à escolorização, Gargallo e Canóvas declaram que "... estas construções pessoais são com muita freqüência `incoerentes a partir do ponto de vista científico´, porém não a partir do ponto de vista do aluno e servem para que eles desenvolvam-se muito bem em seu meio e para fazer predições bastante exatas em relação a fenômenos cotidianos"
(in MINGUET, P. (Org.) 1998. p.: 164).
No Texto 1, o trecho que exemplifica a concepção de conhecimento prévio expressa por Gargallo e Canóvas é:
Ao longe, o mar que arrebentava no cais. Pela porta viam as luzes dos navios que entravam e saíam. Pelo teto viam o céu de estrelas, a lua que os iluminava.
E desde essa noite uma grande parte dos Capitães da Areia dormia no velho trapiche abandonado, em companhia dos ratos, sob a lua amarela.
Logo depois transferiram, para o trapiche, o depósito dos objetos que o trabalho do dia lhes proporcionava. Estranhas coisas entraram então para o trapiche.
Ele ficou sozinho e empregou anos em conhecer a cidade. Hoje sabe de todas as suas ruas e de todos os seus becos. Não há venda, quitanda, botequim que ele não conheça.