Imagem de fundo

Na década de 70, o brasileiro com mais de 60anos era, antes de tudo, um forte. Quem hav...

Na década de 70, o brasileiro com mais de 60

anos era, antes de tudo, um forte. Quem havia nascido

no Brasil pobre e agrário da década de 10 e dos anos 20

tinha expectativa de vida de menos de 40 anos. Chegar

5 aos 60, então, era quase um feito. Para esses

sessentões não havia alternativa a não ser os chinelos

da aposentadoria, uma velhice inativa e cheia de dores

pelo corpo.

Hoje o quadro é outro. Uma nova atitude mu-

10 dou a cabeça e o corpo dos brasileiros sessentões, e a

velhice passou a ser vista apenas como um novo perío-

do da vida.

O envelhecimento da população é um dos três

grandes fenômenos brasileiros do fim do século XX - jun-

15 to com a urbanização e a entrada das mulheres no mer-

cado de trabalho. Hoje, 8% da população tem mais de 60

anos. Em 2020, serão 13%. Projeções da ONU mostram

que, até 2025, a população idosa do Brasil terá acumula-

do o maior crescimento entre todos os países do mundo:

20 1.514% em 75 anos. É um fenômeno que costuma ser

citado apenas quando se fala no caixa da Previdência

Social. Mas também gera mudanças enormes na vida

coditiana das cidades e famílias.

Até recentemente o ganho de qualidade e ex-

25 pectativa de vida era principalmente das mulheres. As

brasileiras que chegam aos 60 anos vivem em média

outros 19 anos, contra 16 dos homens. Mas as mudanças

de hábitos indicam que eles estão tirando essa di-

ferença. “As brasileiras têm qualidade de vida melhor

30 devido a diversos fatores, como menor consumo de ál-

cool e tabaco, associados à prevenção mais constante

de doenças como câncer”, afirma o diretor da Universi-

dade Aberta da Terceira Idade, da Uerj.

“Viver mais não quer dizer viver melhor.” Chegar

35 bem aos 60 anos dá trabalho. E como! A diferença a favor

dos atuais sessentões é que a ciência combate as doen-

ças da idade com muito mais eficácia. Claro que não se

pode ser ingênuo. O caminho rumo a uma velhice tran-

qüila é trilhado bem antes das primeiras rugas.


MARTINS, Elisa. Revista Época - 29 set. 2003 (com adaptações)


"Na década de 70, o brasileiro com mais de 60 anos era, antes de tudo, um forte." (l.1-2)

Isto porque:

A

mantinha um estilo de vida modesto.

B

tinha vivido mais anos do que os previstos para sua geração.

C

assistira às grandes transformações do final do século XX.

D

fora capaz de resistir ao trabalho árduo do campo.

E

nascera num país pobre e agrário.