Em novembro do ano passado, a Revolta da Vacina fez cem anos. A obrigatoriedade da vacinação obrigatória antivariólica foi estabelecida por lei em 31 de outubro de 1904, e cercava o cidadão por todos os lados. Exigia atestado de vacinação para matrícula em escola, emprego, hospedagem, viagem, casamento, e previa multas para os recalcitrantes. A reação começara desde a aprovação do projeto. Oradores operários argumentavam que era grave ofensa à honra do chefe de família ter seu lar, em sua ausência, invadido por médicos, perante os quais sua mulher e filhas seriam obrigadas a se desvendarem para receberem a vacina no braço. Finda a resistência, a polícia varreu a área conflagrada, prendendo os suspeitos de sempre. O saldo final de vítimas foi de 30 mortos, 110 feridos e 945 presos.
Analisando essa revolta popular, José Murilo de Carvalho afirma que ela "é emblemática da dificuldade de relacionamento entre governo e povo no Brasil. Seu aspecto mais interessante é que não teve um lado errado e um lado certo, bons e maus."
Assinale a opção que analisa a revolta da vacina com a mesma interpretação que lhe dá José Murilo de Carvalho.