Suponha que a paciente do caso apresentado retorne para nova consulta, dez dias após ter iniciado a medicação correta. Nessa consulta, ela se apresenta muito bem trajada e maquiada, sorridente e muito grata pela medicação prescrita. Relata que, no terceiro dia de tratamento, como que “por magia”, a tristeza e o desânimo cederam lugar a uma disposição que ela há muito tempo não sentia; relatou aumento de energia e remissão completa da fadiga; “arrumei meu armário, doei as roupas que eu não usava mais e fiz compras de novos vestidos e sapatos”; refere que a sonolência sumiu completamente e ela agora já se sente completamente restaurada com quatro ou cinco horas de sono por noite. Só na última semana, já saiu três vezes com amigas, tendo iniciado um relacionamento “sem compromisso” com um homem que conheceu em uma das boates onde foi dançar. Continua desempregada, mas tem uma ideia “brilhante” de abrir um negócio próprio que “com certeza” vai resolver seus problemas financeiros definitivamente. Ela afirma categoricamente que ter encontrado um médico competente foi a melhor coisa que já aconteceu na vida dela, pois ela se sente muito mais feliz hoje que antes da depressão.
Considerando essa evolução clínica, assinale a alternativa correta.
A paciente mostra claramente uma resposta do tipo placebo, pois, em tão pouco tempo, seria impossível que o princípio ativo da medicação produzisse um efeito tão rápido e eloquente.
A paciente demonstra, na verdade, um transtorno bipolar de humor, tendo ciclado para hipomania com o uso da medicação.
A paciente está fornecendo uma resposta particular aos antidepressivos conhecida por melhor do que bem.
A paciente está apresentando um quadro de elação do humor associado ao uso de substância.
Trata-se, na verdade, de uma paciente histriônica e hipertímica, com uma depressão de forte caráter endógeno; por esse motivo, respondeu tão rapidamente à medicação.