Menina de onze anos de idade, comunicativa, hígida, que reside com a mãe, o padrasto e o irmão, foi levada para atendimento médico. A mãe alega que sua filha, uma garota dócil e gentil, precisa de muito tempo para cumprir as obrigações escolares; representando isso um problema, pois mãe e filha acabam por entrar em conflito ao se exaltarem com as dificuldades da menina na resolução dos deveres de casa. Consta que a garota tem dificuldade tanto na atenção sustentada quanto na aquisição do conhecimento, porém com predomínio do primeiro aspecto. O psiquiatra considera indicar medicação estimulante com expectativa de excelente resposta e tolerância à substância prescrita.
Levando em conta essa situação hipotética e o manejo de estimulantes para crianças e adolescentes, é correto afirmar que
o psiquiatra, antes de prescrever o estimulante para essa paciente, deve pesquisar em caráter obrigatório a presença de distúrbios de condução cardíaca, mediante solicitação de EEG.
a lisdexanfetamina pode ser uma escolha vantajosa, se essa paciente estudar em regime integral, já que tem tempo de ação correspondente de 8 h a 12 h, em média.
a mãe e os demais cuidadores devem ser alertados sobre os efeitos colaterais de estimulantes, que incluem anorexia, cefaleia, tiques motores, diplopia, insuficiência adrenal e neuropatia periférica.
a dose terapêutica do metilfenidato depende do peso da criança e encontra-se na faixa de 0,1 mg/kg/dose.
o uso de medicação nesse caso clínico só está indicado no caso de a intervenção psicoterápica e(ou) a reabilitação neuropsicológica não alcançarem resultados favoráveis após pelo menos dois meses de intervenção.