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. Richard Sennett, em A Cultura do Novo Capitalismo (2006), enfatiza que atualmente são...

. Richard Sennett, em A Cultura do Novo Capitalismo (2006), enfatiza que atualmente são três as forças que configuram a moderna ameaça do fantasma da inutilidade: a oferta global de mão-de-obra, a automação e a gestão do envelhecimento.



Sobre essas forças, assinale a alternativa incorreta.

A

A idade afeta mais diretamente a questão do talento, se se pensar na duração de uma capacitação. No caso de um engenheiro, por quanto tempo poderão ser-lhe úteis as capacitações que adquiriu na universidade? Cada vez menos. Ou seja, quando adquirirmos uma capacitação não significa que dispomos de um bem durável.

B

Na Grande Depressão, os indivíduos acreditavam em um remédio pessoal para a inutilidade, que transcendia qualquer panacéia governamental: seus filhos teriam uma educação e capacitação especial, capaz de fazer com que os jovens fossem sempre necessários e estivessem sempre empregados. Atualmente, até mesmo os mais capacitados estão enfrentando o desemprego; o trabalho que buscam migrou para lugares do planeta em que a mão-de-obra é mais barata.

C

Na drenagem de empregos dos países ricos para os pobres, por causa da oferta global de mão-de-obra, a questão costuma ser apresentada como um mergulho no precipício . O capitalismo simplesmente vai em busca de mão-de-obra onde quer que ela seja mais barata. Mas a história não é bem assim. Entra em funcionamento igualmente uma espécie de seleção cultural, de tal maneira que os empregos abandonam países de salários altos, como EUA e Alemanha, e migram para economias de salários baixos, dotados de trabalhadores capacitados e, às vezes, mesmo super preparados.

D

O envelhecimento determina uma área muito mais abrangente da inutilidade. Todo mundo envelhece e, debilitados, todos nos tornamos em algum momento inúteis, no sentido de improdutivos. A moderna medicina, porém, permite-nos viver e trabalhar por mais tempo que no passado. Essa possibilidade afastaria o fantasma da inutilidade, pois, como assinala Sennett, em 1950, fazia sentido estabelecer a idade da aposentadoria aos 55 ou 60 anos porque, em média, o trabalhador do sexo masculino provavelmente viveria até os 70 e poucos anos. Hoje, 50% dos americanos do sexo masculino passam dos oitenta anos de idade, e a maioria vive com saúde ainda passados os setenta .

E

Com relação à automação, o medo de que as máquinas substituam seres humanos é antigo. Hoje a automação, em muitos casos, possibilita não somente a substituição do homem pela máquina, mas a sua superação. Como observou Jeremy Rifkin, o reino da inutilidade se vai expandindo à medida que as máquinas passam a fazer coisas de valor econômico de que os seres humanos não são capazes.