Para Maria da Glória Gohn, “existe uma sociologia dos movimentos sociais que não pode ser separada ou ignorada enquanto objeto de investigação” (GOHN, 2011, p. 08). A autora demarca que movimentos sociais são “ações sociais coletivas de caráter sociopolítico e cultural que viabilizam distintas formas da população se organizar e expressar suas demandas” (GOHN, 2011, p. 13). Consoante os movimentos sociais no Brasil e suas manifestações, segundo a concepção de Gohn, marque a alternativa correta.
Os movimentos sociais do novo milênio contribuíram decisivamente, via demandas e pressões organizadas, para a conquista de vários direitos sociais novos, que foram inscritos em leis na Constituição brasileira de 1988. As conquistas foram possíveis mediante o fortalecimento da atuação dos movimentos sociais em redes, que passaram a articular suas ações coletivas como forma de resistência à exclusão e luta pela inclusão social.
Nos anos de 1990, os movimentos populares, aqueles estimulados pela Teologia da Libertação, criaram e desenvolveram redes com outros sujeitos sociais, como as tecidas com o campo sindical, o campo institucional de outras entidades sociais, o campo político-partidário, o campo religioso, o campo das ONGs. Nesse período, os movimentos populares puderam sair do nível apenas reivindicatório para um nível operacional, propositivo, construindo outros canais de participação, como os fóruns.
O movimento antiglobalização, fortalecido nos anos de 1980- 1990, elaborou uma nova gramática no repertório das demandas e dos conflitos sociais e criou um novo ator sociopolítico de caráter mundial que pautou, na agenda dos grandes problemas nacionais, o desafio de como atuar face aos choques entre diferentes culturas nacionais e a ampliação dos conflitos étnicos. É movido para a busca de soluções alternativas aos problemas sociais e à preservação da vida no planeta, com ações motivadas pela solidariedade.
O movimento afrodescendente, nos últimos anos, passou a ser, predominantemente, movimento de manifestações culturais. Suas bandeiras de lutas têm mobilizado inúmeras entidades nacionais, em defesa do Estatuto da Igualdade Racial e a questão das cotas nas universidades. Uma conquista importante foi a declaração do dia 20 de novembro como Dia da Consciência Negra.
O associativismo predominante nos anos de 1990 deriva de processos de mobilização de massa. A mobilização se faz a partir de núcleos de militantes que se dedicam a uma causa seguindo as diretrizes de uma organização. Já o novo associativismo é mais reivindicativo, produz grandes manifestações e suas ações são fundamentadas pelo conceito de Participação Cidadã.