Augusto Boal afirma que o corpo humano deve ser a primeira palavra do vocabulário teatral, uma vez que é nossa principal fonte de som e movimento. Para o autor, precisamos conhecer primeiramente nosso corpo, para somente depois sermos capazes de torná-lo expressivo. Esse conhecimento deve ser dominado pelo “espectador”, que somente depois de ter este autoconhecimento corporal estará habilitado a praticar formas teatrais que, por etapas, ajudem-no a liberar-se de sua condição de espectador.
BOAL, Augusto. Teatro do Oprimido e outras poe?ticas poli?ticas. Rio de Janeiro: Civilização, 2010, p.138.
Partindo desse pressuposto, Boal elaborou um plano geral de conversão do espectador em ator que consiste, sistematicamente, no seguinte esquema geral:
Conhecimento do corpo – tornar o corpo expressivo – teatro como linguagem – teatro como discurso.
Treinamento físico – corpo disponível para o jogo – corpo dilatado – consciência política – teatro como vanguarda.
Percepção corporal – evolução da expressividade – responsabilidade social – relação com o outro – teatro como revolução.
Respeito ao corpo – consciência do contato do corpo com o mundo – treinamento psíquico – teatro como manifestação corporal política.