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Em História da mentira: prolegômenos, Derrida diz: "Mentir não é enganar-se nem cometer...

Questão 33

Em História da mentira: prolegômenos, Derrida diz:


"Mentir não é enganar-se nem cometer erro; não se mente dizendo apenas o falso, pelo menos se é de boa-fé que se crê na verdade daquilo que se pensa ou daquilo acerca do que se opina no momento. É o que lembra Santo Agostinho na abertura de seu De mendacio (1) no qual, aliás, propõe uma distinção entre crença e opinião que poderia ser para nós, ainda hoje, hoje de forma nova, de grande alcance. Mentir é querer enganar o outro, às vezes até dizendo a verdade. Pode-se dizer o falso sem mentir, mas pode-se dizer o verdadeiro no intuito de enganar, ou seja, mentindo. Mas não mente quem acredita naquilo que diz, mesmo que isto seja falso. Ao declarar: ‘Quem enuncia um fato que lhe parece digno de crença ou acerca do qual formava opinião de que é verdadeiro, não mente, mesmo que o fato seja falso’, Santo Agostinho parece excluir a mentira a si mesmo, e aqui está uma pergunta que não nos deixará jamais: será que é possível mentir a si mesmo, será que qualquer forma de enganar a si mesmo, de usar de subterfúgio para consigo merece o nome de mentira?".


De acordo com o texto, podemos inferir que a mentira não é o mesmo que o falso, pois

A

o falso carrega uma intenção subjetiva do falante.

B

sempre que mentimos dizemos algo que é falso.

C

a mentira pode revelar a verdade pelo falante.

D

a mentira carrega uma intenção subjetiva do falante.

E

o falso e a mentira independem da intenção subjetiva do falante.