Leia os excertos a seguir para compreender a importância dos sinais de pontuação no texto escrito e como os textos literários fazem uso desse recurso.
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Excerto I
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“Quando escrevemos, por não estabelecermos
uma relação direta com quem estamos nos
comunicando, corremos o risco de que nossos
enunciados não sejam entendidos. Isso porque,
ao escrever, não contamos com os recursos
prosódicos que, dentre outras funções, servem
para delimitar as unidades de forma/sentido na
fala. Por esse motivo, os chamados sinais de
pontuação se desenvolveram no registro escrito.
De acordo com o professor Evanildo Bechara, a
pontuação é um sistema de reforço da escrita, o
qual se constituí de sinais sintáticos destinados a
organizar as relações e a proporção das partes do
discurso e das pausas orais e escritas”.
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Disponível em: https://www.todoestudo.com.br/portugues/sinais-depontuacao. Acesso em: 18 jul. 2022.
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Excerto II
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“[...] Segundo Coseriu (1987), se há no discurso
literário um desvio proposital da norma, seu
efeito, além de agradável ao leitor, é essencial à
tessitura da obra. Assim sendo, vírgulas, pontos
de exclamação, reticências, colocados fora dos
padrões sintáticos habituais, não podem ser
desconsiderados, uma vez que são determinantes
na produção de sentido do texto”.
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Fonte: COSERIU, Eugenio. O homem e sua linguagem. 2.ed. Rio de Janeiro: Presença, 1987.
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Com base nas considerações de Coseriu (1987), avalie o fragmento da obra “Macunaíma”, de Mário de Andrade.
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[...] Todos os seres do mato espiavam
assombrados. O jacareúna o jacutinga o jacaréaçu o jacaré ururau de papo amarelo [...] Nos ramos
das ingazeiras das aningas das mamoranas das
embaúbas dos catauaris de beira-rio o macaco-prego o macaco-de-cheiro o guariba o bugio o
cauta o barrigudo o caseuí o caiçara [...].
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Fonte: ANDRADE, Mário de. Macunaíma. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos. São Paulo: Secretaria de Cultura, Ciência e Tecnologia, 1978.
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Analise as afirmações a seguir acerca do fragmento da obra “Macunaíma”, no que se refere ao “uso dos sinais de pontuação”, para responder à questão.
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I. O emprego do ponto final, depois da palavra “assombrados”, deixa nítida a intenção de fechar o conjunto de ideias afins. O ponto final aparece, pois, como se fosse a marcação de um parágrafo, ainda que não haja mudança de linha.
II. A ausência da pontuação lógico-formal, bem como do fluxo desordenado de pensamento, representado pela superposição de ideias “díspares” e "ilógicas", como pode ser observado no fragmento em análise, é um recurso que atende aos ditames da língua padrão, por se tratar de obras literárias.
III. No fragmento em análise, a enumeração de elementos da mesma espécie, sem separação por vírgulas, dá unidade ao conjunto, além de sugerir grande quantidade daquilo que é enumerado, o que é plenamente compatível com o quadro que o autor apresenta.
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É CORRETO o que se afirma em
I apenas.
II apenas.
III apenas.
I e II apenas.
II e III apenas.