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De acordo com Morais (2007), não há, na língua portuguesa, correspondência total entre ...

Questão 2

De acordo com Morais (2007), não há, na língua portuguesa, correspondência total entre letras e fonemas. O fonema /s/, por exemplo, pode ser grafado com c, s, ss, ç, x, sc, sç, xc. Essa é uma das muitas particularidades da língua escrita que dificulta o processo de ensino-aprendizagem da ortografia da Língua Portuguesa. Além dessas questões de ordem fonêmico-ortográfica do idioma, há outros fenômenos linguísticos que, de acordo com Ilari e Basso (2014), constituem casos de variação diastrática, tais como: (a) queda e nasalização da vogal átona inicial, (b) queda de material fonético à vogal tônica; (c) perda da distinção entre vogal e ditongo antes de palatal; (d) monotongação de ditongos crescentes em posição final; (e) uso de [j] por [ ].


Refletindo sobre a relação entre som e letra, mediante uma análise linguística voltada para o ensino, verifique as seguintes afirmações:

I. Na relação em que uma unidade sonora corresponde a mais de uma unidade gráfica e que uma unidade gráfica representa mais de uma unidade sonora, mostra-se uma regularidade de acordo com a posição da unidade gráfica ou sonora na palavra, como por exemplo, em “massa” e “zebra”. Essa forma de correspondência, quando se apresenta regular, é passível de ser aprendida mediante uma regra, segundo alguns autores. Contudo, há outros tipos de correspondências existentes que não permitem tal sistematização, pois dependem do conhecimento prévio da escrita da palavra.

II. Com respeito aos fenômenos de variação diastrática citados no enunciado, são exemplos, respectivamente: a- incelença por excelência; b- figo por fígado, Ciço por Cícero; c- pexe por peixe; d-sustança por substância; d- foia por folha. Do ponto de vista pedagógico, os alunos que chegam à escola falando uma variante que inclui esses fenômenos precisam aprender variedades de prestígio como uma espécie de língua estrangeira.

III. No sistema linguístico do Português Brasileiro, o som de /s/ pode ser representado por vários grafemas, e, embora exista a sistematicidade em algumas palavras, não há regra para as grafias de “seguro”, “assíduo”, “cidade” e “auxílio”, pois tal formalização é arbitrária. Mas não é arbitrária a produção vocálica, uma vez que ela se define no grafema: em posição tônica, é superior ao número de grafemas (sete); em posição pretônica, iguala- se ao número de letras (cinco); e, em posição átona, é inferior ao número de letras (três). Ensinar considerando a relação som–letra é essencial no processo de construção do saber fonêmico-ortográfico.


Está(ão) correta(s), a(s) afirmativa(s)

A

I, apenas.

B

II e III apenas.

C

I e II, apenas.

D

I, II e III.