Quilombo Mimbó, no Piauí, relata que racismo teria sido cometido dentro da comunidade
Em uma publicação no Instagram, o Quilombo Mimbó, localizado na cidade de Amarante, no Piauí, denunciou um suposto caso de racismo cometido por um visitante dentro da comunidade. A publicação diz que um morador do quilombo sofreu agressões verbais em função da sua cor. A comunidade também relatou dificuldade em registrar um boletim de ocorrência denunciando o caso. Em publicação, disse que foram feitas tentativas. Na primeira, não teria sido possível por não registrar B.O. aos finais de semana. Já na segunda, porque teria sido informado que seria necessário informar o CPF do suspeito. O boletim de ocorrência foi registrado na cidade de Teresina, a cerca de 162 km de Amarante.
(Quilombo Mimbó, no Piauí, relata que racismo teria sido cometido dentro da comunidade. Piauí. G1. Disponível em: globo.com.)
No Brasil, segundo a Fundação Cultural Palmares, existem 3.447 comunidades quilombolas distribuídas por todas as regiões. Os quilombolas são os remanescentes de um grupo etnico-racial formado por descendentes de escravos fugitivos durante o período da escravidão no país entre outros grupos que viviam nos chamados quilombos. Os quilombolas, ainda na atualidade:
Não têm o reconhecimento de suas cidadanias, nem a sua identidade étnica juridicamente reconhecida, assim como não possuem a garantia de posse de suas terras.
Possuem uma identidade própria, que forma a base das suas organizações sociais e culturais construídas historicamente. Por isso, essas comunidades se diferenciam do restante da sociedade.
Representavam a ocupação ilegal de terras para a formação de uma organização social contrária ao sistema colonial, sendo assim vistos por muitos como baderneiros, inclusive pela lei brasileira.
Caracterizam-se não apenas pelo isolamento e autonomia, mas pela reprodução de modelos sociais e políticos mais próximos às vivências experimentadas na África, totalmente dissociados da cultura brasileira.