No Ceará, todo negro ou negra já foi abordado uma vez na vida e escutou a frase: “No Ceará não tem negros”. Essa afirmação comum e corriqueira entre nós de que “No Ceará não tem negros” não deve ser entendida como um comentário simples. Ela possui uma força ideológica e um efeito que extrapolam os limites do Estado. Coloca no campo da invisibilidade um conjunto de histórias e vivências de mais de um século que ainda não foi suficientemente estudado, já que consideramos que esse processo de negação do negro aqui se fortalece nos anos pós-abolição.
https://cearacriolo.com.br/negros-e-negras-cearenses-afirmo-sua-existencia/
A crítica do texto apresenta um aspecto regional de um projeto nacional ao fim do processo escravocrata que promoveu a(as)
política indigenista, resultando na invisibilização da comunidade negra frente as grandes comunidades originárias.
democracia racial, projeto igualitarismo que enaltece a miscigenação e evita segregação em raças ou etnias em nome do nacionalismo.
teses eugenistas que defendiam um padrão genético e civilizacional superior do homem branco europeu em comparação às demais “raças”.
projeto de repatriação que promoveu o retorno de africanos para suas regiões de origem após o fim da escravidão.
teoria do branqueamento que gerou um eficiente processo de miscigenação que clareou a população cearense ocultando sua negritude.