Roxane Rojo, em sua obra Multiletramentos na escola, (2012), discute as concepções de alfabetismo e letramento e aponta para a multiplicidade de letramentos que ocorrem no cotidiano nos mais diversos contextos socioculturais. Em relação a esse fenômeno sociocultural, ela defende que
se inunde a escola com simulações de práticas sociais cotidianas de leitura e de escrita de modo que se obtenha, com os alunos oriundos das famílias de baixa renda, pelo menos o alfabetismo funcional.
se combata a discriminação e o preconceito contra os alunos cuja oralidade revele privação cultural, incentivando esses a desenvolverem treinos e fazerem tarefas extras para tentarem se nivelar a suas turmas.
esses letramentos sejam acolhidos como percursos culturais diversos dos alunos pois constituirão a base à qual deverá articular-se o letramento escolar para ter êxito no empoderamento da cidadania de todos.
a escola é o lugar do letramento institucional, no padrão linguístico oficial, com conteúdos e métodos iguais para todos, servindo as avaliações internas e externas para triar quem tem condições de seguir estudos.
os alunos com letramentos muito distantes da norma culta tenham a oportunidade de cursar programas compensatórios a fim de que aos poucos consigam acompanhar os conteúdos do letramento escolar.