Paciente J.H.S., sexo feminino, secretária, 49 anos, em tratamento contra um câncer de mama, foi submetida a uma mastectomia radical da mama direita, com esvaziamento de grande parte da cadeia linfonodal da mesma região. Apresenta-se atualmente com um importante edema de membro superior direito. Ao procurar um fisioterapeuta, este, após anamnese e exame físico, diz à paciente que ela está com edema proveniente do esvaziamento linfonodal e que seria indicado para ela inicialmente técnica de drenagem linfática. Com base neste caso e com relação à linfa e às técnicas de drenagem linfática, verifica-se que
a drenagem linfática tem como objetivo promover a drenagem dos líquidos excedentes que banham as células, mantendo, dessa forma, o equilíbrio hídrico dos espaços intersticiais, o que contribui para a evacuação dos dejetos provenientes do metabolismo celular; sendo assim, é indicada em paciente com edema significativo a aplicação da técnica de deslizamento profundo, exercendo a maior pressão possível para captar uma maior quantidade de líquido intersticial.
a eficiência da técnica de drenagem linfática em pacientes com edemas patológicos depende da observação de alguns princípios fundamentais, dentre os quais se pode destacar a pressão adequada, a velocidade correta, a liberação dos linfonodos e a direção do fluxo linfático. Com relação a este último, é importante atentar para que o movimento ocorra de forma centrífuga, levando a linfa do centro para a extremidade dos membros.
a drenagem linfática não é a única técnica eficiente no tratamento de edema patológico, vários outros recursos podem ser utilizados tais como enfaixamento compressivo, bota pneumática, posicionamento do membro a favor da gravidade além de outros recursos manuais. Uma técnica que pode ser efetiva e é indicada para este tipo de tratamento é o cutilamento, que neste caso deve ser realizado com a maior velocidade possível.
a linfa é formada por um líquido semelhante ao plasma que, após deixar a luz do capilar sanguíneo, banha as células, oferecendo nutrientes e oxigênio e retirando produtos do metabolismo celular. Após isso, este líquido é captado pelos capilares linfáticos assumindo fluxo e direção por vasos linfáticos, dando origem à linfa.
existe uma diferença entre a quantidade de líquido que deixa o capilar sanguíneo e o que volta pelo sistema venoso, pois a soma da pressão venosa média, da pressão negativa do líquido intersticial livre e da pressão coloidosmótica do líquido intersticial gera uma força de influxo maior do que a força de efluxo, gerada apenas pela pressão coloidosmótica do plasma.