De acordo com as argumentações de Zilma Ramos de Oliveira (2002), pode-se considerar que “a capacidade de adquirir a língua de seu grupo é uma característica específica da espécie humana e supõe um equipamento anatômico e neurofisiológico adaptado”, com órgãos periféricos e sistema nervoso central apropriados e em adequado estado de funcionamento, articulados a fatores de outra natureza. Por sua vez, Gabriel de A. Junqueira Filho, in Craidy & Kaercher (2001), analisa o corpo humano como “primeiro equipamento audiovisual a que a criança tem acesso” e alerta para a importância dos contatos corporais com os bebês, acompanhando-os de falas, para o desenvolvimento da oralidade. Os autores citados enfatizam que, na faixa etária que corresponde à educação infantil, o desenvolvimento da linguagem oral se dá em um processo
mimético complexo, por meio do qual as crianças vão imitando os adultos reais, pais, professores, ou virtuais, ao assistirem televisão.
natural e orgânico, alheio às intervenções ansiosas de pais e professores, e com variações individuais de idade para o surgir da fala.
sócio-histórico que se beneficia da qualidade da interação do adulto com a criança e da interação entre as próprias crianças.
evolutivo, espontâneo, e quase “mágico”, no qual, de repente, a criança começa a falar e, aí sim, é possível educá-la.
que acompanha o da motricidade em geral, numa sequência determinada e uniforme para toda a espécie humana.