Leia a estrofe 1 do poema “Catar Feijão” de João Cabral de Melo Neto.
Catar feijão se limita com escrever:
Jogam-se os grãos na água do alguidar
E as palavras na da folha do papel;
E depois, joga-se fora o que boiar.
Certo, toda palavra boiará no papel,
Água congelada, por chumbo seu verbo:
Pois para catar esse feijão, soprar nele,
E jogar fora o leve e oco, palha e eco [...]
A construção do poema sinaliza para o ato da escrita, como atividade cotidiana. Neste sentido, pode-se afirmar que o autor
I- toma como referência o propósito de conceituar o ato de escrever, estabelecendo proximidades (e não, igualdades) entre comparante e comparado.
II- “Catar feijão” não se compara com escrever, pois as palavras não boiam no papel como os grãos na água do alguidar.
III-“Catar feijão” é uma analogia ao processo da escrita, pois colocar feijão na água se assemelha a colocar as ideias no papel.
Está CORRETO o que se afirma apenas em
I.
I e III.
II.
III.
II e III.