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INSTRUÇÃO: Leia atentamente o Texto I para responder às questões de 01 a 04 e à questão...

INSTRUÇÃO: Leia atentamente o Texto I para responder às questões de 01 a 04 e à questão 08.

Texto I

Medo da cidade

1 Hoje não existem grandes utopias. Alternativas para o que é percebido como problema das cidades são imaginadas,

como a adoção de soluções particulares e a criação de espaços que negam o que é a essência do urbano moderno:

abertura, liberdade, heterogeneidade, imprevisibilidade, anonimato. Privatização virou uma palavra mágica,

remédio para todos os males, caminho para a modernidade numa era em que já não se acredita em progresso ou no

5 desenvolvimento induzido pelo Estado.

O receituário neoliberal manda privatizar, livrar-se do Estado, adotar soluções particulares e fragmentadas. Esse

receituário, aplicado à segurança e ao espaço urbano, agrava tendências para as quais pretende ser solução, como a

violência. Privatização, enclausuramento e isolamento, além de não poderem resolver o problema da segurança,

fazem o medo circular e alimentam o ciclo de violência. De fato, eles reproduzem o medo da cidade sem poder criar

10 um espaço sem medo. A noção do público como resíduo, como o que sobra do lado de fora dos muros, como aquilo

que é para os que não têm meios de se defender por si próprios, além de não-democrática, não pode conduzir a uma

solução para o problema da violência.

Segurança é uma questão pública e coletiva, não privada. Porque a violência tem a ver com o estranho, o

imprevisível, o desconhecido, pensa-se que possa ser controlada através de fortificações e cercamentos. Mas

15 segurança tem a ver com a ordem pública, não com a ordem privada intramuros. A multiplicação de seguranças

privadas e de todos os esforços de enclausuramento e blindagem minam a autoridade pública, a única capaz de

manter a ordem e a segurança coletivas. Além disso, tornam mais explícita a desigualdade social.

(CALDEIRA, T. Disponível em: http://p.php.uol.com.br/tropico/html/textos/330,1.shl. Acesso em 02/09/2005.)

INSTRUÇÃO: Leia os trechos numerados de 1 a 5 do Texto II para responder às questões de 05 a 08.

Texto II

1. Os faróis quebrados e os grafites assinalam que ninguém se importa. E, se ninguém se importa, tudo é permitido.

2. Experiência básica em psicologia social: se abandono um carro num bairro de classe média, ele será depenado só depois de oito semanas.

3. Outra: num metrô coberto de grafite a criminalidade é muito mais alta do que no mesmo metrô se ele for lavado e limpado a cada noite. Por quê?

4. A teoria das janelas quebradas, nos anos 90, revolucionou nossas idéias em matéria de manutenção da ordem social (George Kelling e Catherine Coles, "Fixing Broken Windows", Arrumando janelas quebradas).

5. Se, antes de abandoná-lo, aplico algumas boas marteladas nos faróis e na lataria, ele será depenado em três dias.

(CALLIGARIS, C. Folha de São Paulo. Ilustrada. 08/09/2005.)

Que idéia é comum aos Textos I e II?

A

A segurança pública é responsabilidade de todos os cidadãos.

B

O espaço doméstico não é mais importante que o espaço público.

C

A crise da sociedade chegou a um estágio de volta à barbárie medieval.

D

A diminuição da violência está relacionada ao zelo com os espaços coletivos.

E

O anonimato dos responsáveis é uma das causas da degradação urbana.