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As idéias presentes em um texto literário podem apresentar tanto uma coerência interna ...

As idéias presentes em um texto literário podem apresentar tanto uma coerência interna (ao texto) quanto revelar uma mundividência ("visão de mundo") própria. Para tanto, o texto pode dialogar, mais explícita ou mais implicitamente, com elementos variados do universo da cultura, da tradição e, enfim, da história das idéias. Quando o texto dialoga com um outro texto — fixado pela escrita e/ ou pela tradição oral —, é correto dizer que ocorre o fenômeno da intertextualidade. Em qual das alternativas abaixo há um comentário PERTINENTE quanto a uma relação de intertextualidade que se pode flagrar no texto apresentado (Texto I)?
A
endossa a visão de mundo que pode ser expressa por esta conhecida máxima: "Caminhante, se não há caminho, o caminho se faz ao andar", pois que o texto se solidariza com a idéia de que não há caminho predestinado, nem caminho certo ou errado, mas só os que são abertos pela persistência e pela força de vontade
B
retoma a tradição das histórias que envolvem o amor romântico, admitindo que o Infante, ou Eros, representa o elemento masculino e que a Princesa, ou Psique, representa o elemento feminino, valendo-se dessas metáforas como uma nova forma de cantar, ou louvar, o amor entre um homem e uma mulher como o lugar privilegiado para a plena realização do potencial humano
C
dialoga com a mitologia greco-romana, propondo que, na contemporaneidade, os deuses estão mortos, ou adormecidos, e as pessoas só podem se descobrir através do encontro com o outro, com a aceitação de sua diversidade e diferença, cultivando a consciência de que, humanamente, somos todos iguais
D
dialoga com narrativas como a de A Bela Adormecida, em que há um conflito entre dois pólos: o mal (a Bruxa, o feitiço) e o bem, o qual é o amor (entre o Príncipe e a Bela) que a tudo redime; em Eros e Psique não há um "final feliz", mas a perspectiva de que os pólos em questão — como o Infante e a Princesa, a busca e a espera, o exterior ("tudo pela estrada fora") e o interior, o desconhecimento e a descoberta — são, ainda que opostos, pólos de uma mesma unidade
E
recupera e, por assim dizer, atualiza a história de Romeu e Julieta, de Shakespeare, pois novamente o encontro, ou o amor verdadeiro, se torna um amor impossível em face do mundo, que impõe circunstâncias e limitações familiares, sociais, culturais, religiosas e outras; nesse cenário, então, apenas a união dos amantes em um único e definitivo destino pode significar uma vitória do amor, ainda que uma trágica vitória