Texto II
Rua da
Amargura
(Vinicius de
Moraes)
A minha
rua é longa e silenciosa como um caminho
que foge
E tem casas baixas que
ficam me espiando de noite
Quando a minha angústia passa olhando
o alto.
A minha rua tem avenidas
escuras e feias
De onde saem
papéis velhos correndo com medo do
vento
E gemidos de pessoas que
estão eternamente à morte.
A
minha rua tem gatos que não fogem e cães
que não ladram
Tem árvores
grandes que tremem na noite silente
Fugindo as grandes sombras dos pés
aterrados.
A minha rua é
soturna...
Na capela da igreja
há sempre uma voz que murmura
louvemos
Sozinha e prostrada
diante da imagem
Sem medo das
costas que a vaga penumbra apunhala.[...]
Ao reescrever o verso “A minha rua tem avenidas
escuras e feias” (v.4), haveria incorreção gramatical
apenas na seguinte alternativa: