Faz parte igualmente do pensar certo a rejeição mais decidida a qualquer forma de discriminação. A prática preconceituosa de raça, de classe, de gênero ofende a substantividade do ser humano e nega radicalmente a democracia. Quão longe delas nos achamos quando vivemos a impunidade dos que matam meninos nas ruas, dos que assassinam camponeses que lutam por seus direitos, dos que discriminam os negros, dos que inferiorizam as mulheres. [...] Não têm nada que ver com o bom senso que regula nossos exageros e evita as nossas caminhadas até o ridículo e a insensatez.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996, p. 17.
O trecho da obra de Paulo Freire destaca que as variadas formas de preconceito e discriminação ofendem o ser humano e negam a democracia. Para o autor, os educadores devem ser agentes de transformação da realidade por meio do tratamento digno a todos os seres humanos, respeitando a diversidade e criando condições para a superação das desigualdades históricas do nosso país.
Uma proposta educativa condizente com essa perspectiva é o(a)
projeto pedagógico que corrobore com as distinções sociais de gênero, refletindo os papéis historicamente determinados pela sociedade.
formação de sistemas de monitoramento, em tempo real, para impedir quaisquer tipos de preconceito e discriminação no ambiente escolar.
criação de classes diferenciadas por níveis de rendimento escolar, a fim de que aos estudantes mais pobres seja oferecida organização curricular mais enxuta e acessível.
elaboração de projetos que promovam a valorização de conhecimentos e de culturas não hegemônicos, possibilitando a difusão de diferentes saberes e experiências humanas.