“Assim como as tradições que definem o que é currículo, o currículo é, ele mesmo, uma prática discursiva. Isso significa que ele é uma prática de poder, mas também uma prática de significação, de atribuição de sentidos. Ele constrói a realidade, nos governa, constrange nosso comportamento, projeta nossa identidade, tudo isso produzindo sentidos”. (LOPES, Alice Casimiro; MACEDO, Elizabeth. Teorias de Currículo. São Paulo: Cortez, 2011).
A partir da visão pós-estruturalista das práticas curriculares de poder e significação, é correto afirmar que o currículo:
se constrói na dialética, a partir de imposições e resistências, tendo como atores principais os alunos;
é um recorte implacável, em que há um processo avassalador de imposições por meio do arbitrário cultural dominante;
torna inócuas distinções como currículo formal, oculto, vivido, na medida em que tudo isso é parte inalienável das práticas curriculares;
oculto é a parte intangível do currículo, na medida em que não está colocada nos textos e não é partilhada por todos;
possui independência das decisões políticas, na medida em que é construído no interior das escolas.