A visão aristoteleciana da dialética mostra que a interlocução é uma maneira de “chegar à descoberta” dos princípios de que se serve a ciência, um caminho para “instituir aquela forma de conhecimento superior à própria ciência”, a que Aristóteles denomina de inteligência. No que se refere à ação pedagógica, podemos dizer que a dialética, uma vez composta pela analítica e pela retórica, permite estabelecer pontos comuns entre mestre e discípulo, verdades que sejam livres da pretensão à essência absoluta, como queria Platão, porque são compartilhadas por ambos os participantes da relação educativa (PAGNI, 2007), sendo assim:
1. A ação pedagógica encaminha-se para um fim racional e humano, que é a formação do cidadão prudente, aquele que almeja a felicidade, liberto do medo, do discurso vazio e da dispersão irracional em que se encontra no mundo.
2. Ao preservar o sentido antropológico da arte poética e compreender a amizade de um ponto de vista superior, a dialética não concilia os sentimentos com a razão e faz da interlocução o instrumento imprescindível para a consecução dos fins educacionais.
3. É na dialética que encontramos o fundamento aristoteleciano da Filosofia, pois ele permite ao mestre coordenar os instrumentos da poética, da retórica e da analítica, em benefício dos discípulos, que podem ter acesso aos mesmos instrumentos.
4. A dialética não torna o sofrimento acarretado pelo conhecimento, algo que se justifica pela finalidade comum almejada no processo formativo, uma vez que supera o instante pela visão da felicidade.
5. Como a lógica de Aristóteles é um conjunto de instrumentos de análises de discursos pretensamente verdadeiros, a investigação dos enunciados pedagógicos, por meio de ferramentas analíticas, é área sobremaneira valorizada atualmente.
Diante das questões postas acima, é possível afirmar que estão corretas:
1, 2 e 3
2, 3 e 4
3, 4 e 5
1, 3 e 5
Apenas 1 e 5