A forma como ocorreu o processo de ocupação das terras na Amazônia, com base nas políticas adotadas pelo governo, resultou na geração de um contingente populacional excluído ou expulso da terra e, consequentemente, em movimentos de resistência que geraram conflitos agrários em torno da terra. Sobre esses conflitos agrários pode-se afirmar que
o evento conhecido como massacre de Eldorado do Carajás, em 1996, teve como protagonistas, de um lado, a força policial militar paraense e, de outro, o Movimento de Posseiros, que daria origem, mais tarde, à organização do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terras (MST).
geralmente, o conflito de terras ocorre de dentro pra fora, devido à resistência dos posseiros ao processo de expropriação pelos grileiros e fazendeiros, ou a grande empresa contra os lavradores ou as categorias subalternas.
os conflitos sociais no campo brasileiro e sua marca ímpar, a violência em torno da posse da terra, são fenômenos particularmente recentes, surgidos no Brasil do século XX, que se ampliaram particularmente a partir de meados dos anos 60, como consequência das políticas de ocupação da Amazônia adotadas pelo governo militar.
apesar da diferenciação no que toca a condução da luta social, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terras (MST-PA) e a Federação dos Trabalhadores na Agricultura (FETAGRI-PA) possuem em comum, além da forma de pressão e contestação do Estado, uma preocupação com a agricultura familiar, em oposição ao modelo de agricultura adotado pelo governo.