O Carimbó, manifestação cultural reconhecida nacionalmente como paraense, é uma forma de expressão em que a música e a dança são simultaneamente denominadas de carimbó. “Junção de curi (pau oco) e m’bó (furado, escavado), traduzido por “pau que produz som”, ao longo do tempo, o termo foi adaptado e/ou transformado em curimbó, corimbó e carimbó” (IPHAN, 2014). Muitos municípios paraenses reivindicam, para si, a origem da tradição do carimbó. Sabe-se que, a par das diferenças entre o carimbó de cada região do Pará, seu ritmo e suas variantes possuem como característica a marcação do curimbó e suas letras falam do cotidiano do ribeirinho, do pescador, do agricultor, ou seja, dos saberes e fazeres da região:
Se eu soubesse que tu vinha, eu fazia o dia maior,/
dava um nó na fita verde, prá prendê o raio de sol/
Iá, iá eu sou da lira,/
iá, iá da lira eu sou/
iá, ia eu sou da lira/
da lira meu amor
(Lucindo Rebelo da Costa – Mestre Lucindo)
Em setembro de 2014, o Carimbó, após cerca de uma década de inventário, foi inscrito no Livro de Registro das Formas de Expressão, pelo Iphan, e recebeu o título de Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil. No conjunto das expressões culturais, desse bem imaterial, incluem-se:
Os registros das tradições musicais e coreográficas que originaram o carimbó, coletados pelo Iphan, por meio da reconstituição de partituras dos mestres do Carimbó.
Os ritmos musicais inspirados no Carimbó e a remixagem de canções por artistas contemporâneos.
As comidas típicas e seu preparo, assim como as apresentações de grupos de carimbó, durante as festas juninas.
Contextos específicos de criação de coreografias inspiradas no Carimbó, tais como aqueles estudados nas escolas de dança de Belém.
As tradições coreográficas e musicais que foram identificadas nas regiões do Pará, onde se reivindica a criação do Carimbó, como resultado das influências culturais de povos indígenas, negros e ibéricos, que viveram na Região.