Quando duas faunas anteriormente separadas entram em contato ocorrem eventos chamados de intercâmbios bióticos. Um dos principais exemplos destes casos é o Grande Intercambio Americano, fruto tanto do processo da tectônica das placas quanto da dispersão das espécies. As Américas do Norte e do Sul foram religadas pelo istmo do Panamá e uma das consequências foi o trânsito da fauna entre os continentes. Um estudo acerca do número de gêneros de mamíferos na sucessão do tempo indicou que a América do Norte possuía uma maior quantidade de gêneros que migraram para a América do Sul, em relação ao número de gêneros que migraram da América do Sul para a do Norte. Contudo, o percentual de migração foi o mesmo, cerca de 10% dos gêneros de cada lado migraram na direção oposta com sucesso. Apesar dessa equivalência percentual, a proliferação dos mamíferos norte-americanos que emigraram para o sul foi maior. O resultado foi que dos 12 gêneros imigrantes do Sul derivaram 3 novos gêneros, enquanto que 21 gêneros imigrantes do Norte deram origem a 49 novos gêneros.
Fonte: Ridley, M. Evolução. 3ª ed. Porto Alegre, Artmed. 2006.
Sobre o Grande Intercambio Americano conclui-se que:
O evento geológico que originou o istmo do Panamá teve efeito vicariante na dispersão das espécies de mamíferos nas américas.
O intercambio biótico entre os mamíferos das américas resultou em homogeneidade dos gêneros encontrados no Norte e no Sul.
A distribuição geográfica atual dos mamíferos nas américas é fruto da vicariância causada por movimentos tectônicos das placas.
A biodiversidade de mamíferos norte-americanos foi mais enriquecida com o intercambio biótico, já que estes se proliferaram mais.
A diversidade dos mamíferos americanos deu-se pela combinação de eventos da tectônica das placas, vicariância e dispersão.