Na história natural do diabetes mellitus (DM), alterações fisiopatológicas estão presentes antes que os valores glicêmicos atinjam níveis supranormais. A condição na qual os valores glicêmicos estão acima dos valores de referência, mas ainda abaixo dos valores diagnósticos de DM, denomina-se prédiabetes. Na maioria dos casos de pré-diabetes, a “doença” é assintomática, e o diagnóstico deve ser feito com base em exames laboratoriais. No tocante a esses exames, é correto afirmar que:
a hemoglobina glicada oferece vantagens ao refletir níveis glicêmicos dos últimos 3 a 4 meses, e ao sofrer menor variabilidade no dia a dia e depender do estado de jejum para sua determinação.
a hemoglobina glicada é uma medida indireta da glicemia, que sofre interferência de algumas situações, como anemias, hemoglobinopatias e uremia, nas quais é preferível diagnosticar o estado de tolerância à glicose.
o TOTG permite avaliar a glicemia após sobrecarga, com ingestão de 75 g de glicose dissolvida em água, a qual pode ser a única alteração detectável no início do DM, refletindo a perda da última fase da secreção de insulina.
a confirmação do diagnóstico de DM requer repetição dos exames alterados, idealmente o mesmo exame alterado em amostra única de sangue, na ausência de sintomas inequívocos de hiperglicemia.
pacientes com sintomas clássicos de hiperglicemia, tais como oligúria, polidipsia, polifagia e emagrecimento, devem ser submetidos à dosagem de glicemia ao acaso e independente de jejum.