O exame do líquido cefalorraquidiano (LCR) fornece informações importantes em relação ao diagnóstico etiológico e ao acompanhamento de processos inflamatórios, infecciosos ou neoplásicos dos órgãos que são envolvidos por esse líquido. Esse exame compreende a análise dos aspectos físicos, bioquímicos e citológicos do LCR. No que se refere à análise bioquímica do LCR, é correto afirmar que:
a hiperglicorraquia, no LCR, é causada principalmente por alterações nos mecanismos de transporte de glicose, através da barreira hematoencefálica e por sua grande utilização por parte das células encefálicas.
o aumento de proteínas no LCR é observado em infecções, hemorragias intracranianas, esclerose múltipla, Síndrome de Guillain-Barré, malignidades, algumas anormalidades endócrinas, uso de alguns medicamentos, entre outros.
em recém-nascidos (RN), o LCR geralmente é xantocrômico devido à elevação frequente dos níveis de ferro e proteína, nessa faixa etária, em razão da imaturidade da barreira hematoencefálica nos RN.
para a diferenciação de meningite bacteriana de uma meningite asséptica, a concentração de lactato é um melhor indicador comparado a outros marcadores convencionais.
a produção de níveis aumentados de lactato no LCR ocorre devido a uma destruição do tecido dentro do SNC, causada pela privação de oxigênio. Por isso, a elevação de lactato no LCR limita-se à meningite.