A natureza apresenta uma dinâmica de mudanças tão lenta que, por muito tempo, foi considerada com o imutável (Fixismo), mas principalmente por causa de Darwin nós hoje a olhamos com outros olhos. Embora Darwin não tenha sido o único a avançar com a teoria evolucionista da vida, (outros antes dele e seus contemporâneos acreditavam no mesmo) foi ele, no entanto, o primeiro a ser capaz de introduzir a ideia de que a formação de estruturas e processos novos, recorrentes ou inéditos, é uma situação aleatória que ocorre normalmente na natureza e não por obra e graça de alguma entidade divina. Em seu livro “Origem das Espécies” publicado em 1864 ele esceveu: “Visto que variações úteis ao homem certamente ocorreram, como pode então parecer improvável que outras variações de alguma forma úteis para cada organismo na grande e complexa batalha da vida deveriam surgir ao longo de muitas gerações? Se assim acontece, podemos duvidar (lembrando que muitos mais indivíduos nascem do que podem sobreviver) que indivíduos que tenham qualquer vantagem, por menor que ela seja, teriam uma maior chance de sobreviver e procriar? Por outro lado, podemos ter certeza de que qualquer variação injuriosa de qualquer grau seria rigidamente eliminada. A essa preservação de diferenças e variações, e eliminação daquelas que são injuriosas chamei Seleção Natural...” A respeito do conceito tido como mais atual denominado de Deriva Genética, Darwin escreveu: “Variações que não são úteis ou injuriosas não seriam afetadas pela seleção natural e permaneceriam como elementos flutuantes, como vemos em algumas espécies polimórficas, ou se tornariam ultimamente fixadas, devido à natureza do organismo e à natureza das condições.”
Fonte: Extraído de “Darwin: o super-herói” de Sergio Danilo Pena em Ciência Hoje On-line 12/01/2007 Disponível em: archive.li/jeC9a Acesso em: 15/02/2018
Analisando o texto acima de acordo com os conhecimentos sobre o assunto, é INCORRETO afirmar:
Variações genéticas favoráveis para a sobrevivência e procriação dos indivíduos podem ser eliminadas por acaso em uma determinada população, não sendo ali fixada.
O controle da expressão de blocos genéticos por um único gene e a pouca adaptabilidade de intermediários de uma mudança selecionável poderiam ser a explicação para o saltacionismo.
Em populações pequenas, o acaso, e não a seleção natural, pode reduzir a frequência ou eliminar determinadas características favoráveis, ao eliminar indivíduos que as apresenta.
A não constatação, em registros fósseis, de indícios com relação às mudanças graduais indica que a evolução de uma espécie pode alternar períodos de escassas mudanças com súbitos saltos que caracterizam alterações estruturais adaptadas e selecionadas.
A Deriva Genética é um tipo especial de seleção natural determinada por variações dos organismos em função de variações no meio ambiente flutuante.