O homem é naturalmente pacífico e medroso: diante do menor perigo, sua primeira reação é fugir. O que o leva à luta é só a força do hábito e a experiência. No seu estado natural, todas as paixões que o movem a desafiar os perigos e a morte – a honra, o interesse, o preconceito, a vingança – lhe são estranhas. Só ao ingressar na vida social, com outros homens, ele decide atacar, e só se torna um soldado depois que é cidadão. Não há uma inclinação natural no homem para que guerreie seus companheiros.
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ROUSSEAU, J. J. Jean-Jacques Rousseau e as Relações Internacionais.
São Paulo: Imprensa Oficial do Estado, 2003, p. 47-48.
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Acerca do estado de guerra e do estado social no pensamento de Jean-Jacques Rousseau, assinale a alternativa correta.
O estado de guerra não é natural ao homem nem há um conflito generalizado de todos contra todos. Na verdade, a guerra nasce das tentativas de se obter uma paz duradoura.
No estado social, os indivíduos asseguram a liberdade natural e o direito à propriedade de suas posses por meio da instituição de um sistema de leis.
A guerra está relacionada com a incapacidade do governo de resolver o problema das desigualdades naturais entre os indivíduos.
As vontades particulares dos indivíduos no estado de natureza devem ser preservadas no estado social, pois é essa vontade que tanto institui quanto dirige o corpo político.
A guerra é o estado por meio do qual os indivíduos perseguem o direito pela força e buscam restabelecer a ordem social do estado de natureza.