A trajetória de ascensão e de mobilidade social no Brasil foi
interrompida em meados dos anos 70 do século XX, com o
esgotamento do milagre econômico. Até então, com as altas
taxas de crescimento, o mercado de trabalho dinâmico tendia
a incorporar crescentes parcelas de população, ao mesmo
tempo em que a diferenciação da estrutura ocupacional
permitia certa mobilidade social ascendente. A mobilidade
social, ao abrir perspectivas de acesso a determinado padrão
de consumo e renda, amortecia os efeitos da concentração da
renda e do aumento da desigualdade e da pobreza.