A lavagem gástrica é um procedimento de urgência que deve ser realizado pelas equipes de Atenção Primária à Saúde o mais precoce possível, quando indicado nos casos de ingestão acidental ou intencional de substâncias tóxicas (medicamentos, plantas etc.). O treinamento das equipes para realizar esse procedimento inclui o conhecimento de que:
a lavagem pode ser feita com sonda oro ou nasogástrica. A orogástrica é mais calibrosa e facilita a retirada das substâncias tóxicas, mas é menos tolerada pelos pacientes. A nasogástrica deve ser a mais fina possível para facilitar a inserção e recuperação do toxicante. A posição ideal é o decúbito lateral direito.
o processo de lavagem deve ser explicado ao paciente, porém, caso ele esteja comatoso, não impede a sondagem. Faz-se a estimativa do comprimento – lóbulo da orelha, ponta do nariz, apêndice xifoide – coloca-se lidocaína gel na extremidade proximal e na narina escolhida. Durante a colocação, estica-se o pescoço do paciente e pede-se para engolir.
o procedimento é contraindicado em casos de pacientes com Glasgow ≤ 8, exceto se estiverem intubados; com ingestão de cáusticos ou corrosivos; com ingestão de solventes em geral; com varizes esofagianas de grosso calibre; com hematêmese volumosa; com cirurgia recente do trato gastrintestinal; com ingestão de materiais com pontas; com ingestão de pacotes contendo drogas.
o posicionamento da sonda é confirmado insuflandose água por meio de uma seringa ao mesmo tempo em que se ausculta a região hipogástrica. Em adultos, a lavagem gástrica bem-sucedida necessita de uma média de oito a dez litros de soro fisiológico ou água. Em crianças, utilizam-se de 10 a 20 ml/kg até o máximo de 500 ml/vez.