A comunicação é considerada uma necessidade fundamental, cuja satisfação envolve um conjunto de condições biopsicossociais. É mais do que uma troca de palavras, trata-se de um processo dinâmico que permite que as pessoas se tornem acessíveis umas às outras por meio do compartilhamento de sentimentos, opiniões, experiências e informações. Em se tratando da população idosa, a comunicação exige algumas particularidades que devem ser observadas. Nesse contexto, é correto afirmar que
a diminuição das capacidades sensório-perceptivas, que ocorre no processo de envelhecimento, pode afetar a comunicação das pessoas idosas. Tais alterações são manifestadas pela diminuição da capacidade de receber e tratar a informação proveniente do meio ambiente que, se não forem adequadamente administradas, poderão levar ao autismo da pessoa idosa.
a distância mantida entre as pessoas ou espaço interpessoal representa outra dimensão da comunicação não verbal. No processo de comunicação, essa "distância" precisa ser ultrapassada pelo profissional de saúde, independente da permissão do idoso, caso contrário não é possível o estabelecimento do vínculo.
o tipo de linguagem que estabelecemos com os idosos é definido a partir da observação da sua habilidade cognitiva e de seu nível de orientação, considerando seus déficits sensoriais e o uso de medicações. É necessário avaliar o contexto e individualizar as informações, pois toda pessoa idosa que tem diminuição na capacidade auditiva pensa mais lentamente.
algumas medidas simples podem auxiliar a comunicação com as pessoas idosas que apresentem declínio auditivo, como evitar ambientes ruidosos, evitar submeter as pessoas idosas a situações constrangedoras quando essas não entenderem o que lhes foi dito ou pedirem para que a fala seja repetida.
é importante considerar a necessidade das pessoas idosas em delimitarem seu próprio espaço e o meio em que elas vivem. No entanto a colocação de objetos pessoais para demarcação de território, como chinelo, livro e Bíblia, deve ser desestimulada pelos profissionais de saúde, pois gera excessiva dependência na pessoa idosa.