Todos os granulócitos são formados na medula óssea. Cada célula, para atingir a maturidade funcional, possui um ciclo de vida que passa por estágios sucessivos e bem definidos. Essas etapas podem ser acompanhadas morfologicamente e somente células que atingem o grau completo de desenvolvimento são liberadas para a circulação, onde permanecem por poucas horas. Na sequência, muitas dessas células migram para os tecidos, onde exercem sua função protetora. Em condições alteradas, como em uma inflamação aguda, toxemia ou mesmo em um quadro crônico, a cinética de mobilização se altera. A medula óssea tem um potencial muito grande para repor as perdas celulares, fisiológicas ou não, com muita celeridade. Quando a situação supera sua capacidade de reposição, células diferentes das funcionalmente maduras podem ser liberadas, na tentativa de reverter o quadro irregular. O gráfico abaixo resume algumas teorias para explicar o tipo celular liberado em várias situações tendo a cinética da granulopoese como base de aplicação.
O histograma “3” representa uma distribuição normal de neutrófilos, em que há predomínio de neutrófilos segmentados com três lóbulos.
O histograma “1” representa o desvio de granulócitos à esquerda extremo, que pode ser observado no sangue periférico de um paciente portador de leucemia mieloide crônica.
A diferenciação entre neutrófilos imaturos e maduros que se usa para o hemograma na rotina laboratorial é representada pela classificação de Schilling.
Em pacientes com cirurgia do sistema gastrointestinal, em que não há reposição de vitamina B12 ou ácido fólico, os neutrófilos tendem a prolongar seu período de maturação, originando polilobocitos, caracterizados no histograma “4”.
O desvio à esquerda esperado para um paciente com quadro infeccioso agudo está ilustrado no histograma “2”.