Uma pesquisa descritiva e quantitativa, de base populacional, conduzida por farmacêuticos e publicada no site do Conselho Federal de Farmácia, dá conta de que pelo menos 1.255.435 casos de intoxicação foram registrados no Brasil entre 2012 e 2021. Destes, 596.086 casos foram provocados por medicamentos e o principal motivo relatado foi tentativa de autoextermínio, presente em 391.635 notificações, o que corresponde a 65,70% dos casos de intoxicações medicamentosas. De acordo com registros do Ministério da Saúde referentes aos períodos de 2018, 2019 e 2020, os casos de morte por intoxicação intencional envolvem pessoas com idade entre 15 e 80 anos. Os dados parciais de 2020 apontam mudança na faixa etária: pessoas entre 20 e 29 anos correspondem ao grupo com maior número de mortes. No Brasil, temos números elevados de indivíduos que consomem remédios por conta própria, e isso traz prejuízos à saúde pública. Esses dados reforçam a necessidade de uma educação em saúde voltada para o uso racional de medicamentos e ressalta a importância da atuação dos profissionais de saúde nesse processo. Com relação ao contexto atual do tema de intoxicação medicamentosa e medicamentos usados no autoextermínio, assinale a alternativa correta.
O principal motivo associado à problemática da automedicação e do autoextermínio é a difícil aquisição de medicamentos.
A administração concomitante de paracetamol com zidovudina leva à potencialização da toxicidade de ambas. Medicamentos capazes de ativar enzimas microssomais hepáticas, como fenobarbital e isoniazida, aumentam o efeito hepatotóxico do paracetamol.
Os grupos de medicamentos que mais causam autoextermínio no Brasil são os benzodiazepínicos, antigripais, antidepressivos e anti-inflamatórios.
Entre os medicamentos que mais causam intoxicações estão o paracetamol, o fenobarbital e a carbamazepina.
O paracetamol é considerado nefrotóxico e pode promover uma lesão através de três mecanismos, ocorrendo de maneira independente ou em associação. A forma mais comum é a “overdose” (ingestão de doses superiores a 10 g em adultos e até 150 mg/kg em crianças).