Imagem de fundo

De certo modo, o filósofo George Berkeley (1685-1753) está na contracorrente de seu tem...

De certo modo, o filósofo George Berkeley (1685-1753) está na contracorrente de seu tempo. [...] Para ele, os filósofos criam apenas dúvidas e incertezas. “Parece-me que a maior parte, senão todas as dificuldades que até agora detiveram os filósofos e barraram o caminho do conhecimento, nós as provocamos, levantando a poeira e depois queixando-nos de não ver”, diz. “Poeira”, no caso, é a suposição da existência da matéria como substância, isto é, uma coisa subsiste por si, independentemente da alma e exterior a esta. Isso acarreta a intrincada discussão sobre a natureza da relação entre a matéria e a alma (Descartes e os racionalistas) e, no limite, a posição que admite que há na matéria um “não sei quê” inacessível ao conhecimento (Locke) – o que já é um passo para o ceticismo. [...]


(ABRÃO, Bernardette Siqueira (org.). História da Filosofia. São Paulo: Nova Cultural, 1999. p. 253-256. Coleção Os Pensadores. A razão: inata ou adquirida?)


A concepção de Berkeley de idealismo parte de uma concepção própria de realidade. Dentre as suas principais teorias, podemos apontar:

A

A afirmação de que as ideias, na verdade, são cópias de algo fora da mente, que existem independentes da percepção. Ele separa as qualidades primárias e secundárias que conduzem o pensamento.

B

A tese de que além de organizar, a mente também armazena e dá significado a priori às informações, aos conhecimentos de propriedade dos seres humanos que são, na verdade, inatas, mas não acessíveis a todos.

C

A ideia de imaterialismo, na qual o conceito de existência está diretamente ligado ao conceito de percepção. O mundo, para ele, não tem uma realidade independente da mente, sua tese “faz o mundo desaparecer”.

D

A premissa que ele defendia veementemente de que apenas alguns seres humanos são capazes de construir o próprio pensamento, pois, nesse caso, são formados por substância pensante (a mente) e substância externa (o corpo).