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Em sua investigação sobre a lógica da pesquisa científica, Karl Popper percebe a imposs...

Em sua investigação sobre a lógica da pesquisa científica, Karl Popper percebe a impossibilidade de provarmos a verdade de uma teoria a partir da experimentação empírica. Isso porque tal prova implicaria necessariamente no recurso a um argumento falacioso, a afirmação do consequente. De forma esquemática, poderíamos resumir da seguinte maneira tal argumento: se a teoria A está correta, então o experimento terá o resultado X; o experimento teve o resultado X (o esperado); logo, a teoria A é verdadeira. Ora, não necessariamente, afinal, uma outra teoria ainda não apresentada também poderia oferecer uma boa explicação para este fenômeno. Todavia, pode-se sim provar por modus tollens a falsidade de uma teoria, desde que o resultado que se previa para o experimento não seja verificado.


Como Popper redefine a ciência a partir dessa constatação?

A

Popper parte para uma abordagem historicista da ciência, segundo a qual a aceitação pela comunidade científica de um paradigma seja a única forma de se estabelecer uma ciência dita “normal” para cada momento histórico, a despeito da impossibilidade de se provar tal paradigma.

B

Popper acaba por adotar um tipo de anarquismo epistemológico fortemente relativista conhecida por falsificacionismo, pois compreende que, sem acesso à verdade das teorias, as proposições científicas são tão válidas quanto qualquer proposição. Com efeito, isso faz desse autor referência do pensamento negacionista.

C

Popper compreende que a ciência não pode ser pensada como conjunto de proposições verdadeiras, mas que ela é uma prática que se interessa por proposições falseáveis, isto é, que possam ter sua falsidade verificada através de um experimento.

D

Popper parte para uma crítica da tradição aristotélica que dava às sensações um papel informativo importante para a construção do conhecimento e tenta reabilitar uma concepção racionalista e intelectualista da ciência. Neste sentido, aproxima-se muito de Descartes e Platão.