A paralisia facial periférica é uma manifestação com uma diversidade grande de fatores etiológicos que gera grande impacto ao paciente tanto funcionalmente quanto em aspectos psicossociais. A paralisia facial pode ser dividida em três fases: fase flácida, fase de recuperação do movimento e fase de sequelas. A intervenção fonoaudiológica nos casos de paralisia facial periférica visa desde manter algum grau de tônus muscular e simetria em repouso a facilitar o retorno dos movimentos dos músculos da mímica facial, possibilitando a recuperação das imagens física e emocional do indivíduo. Sobre a atuação fonoaudiológica na paralisia facial periférica, é correto afirmar que:
Como a musculatura reinervada tem um limiar de fatigabilidade mais alto do que a musculatura normal, o trabalho muscular na fase das sequelas deve ser cauteloso. Diante disso, o fonoaudiólogo precisa estar atento ao estabelecer o número de repetições de cada estratégia, respeitando a resposta de cada paciente.
O trabalho da mobilidade muscular, quando a hemiface afetada começa a apresentar algum movimento, dá-se através da realização de exercícios isométricos, em que não há alteração da dimensão ou comprimento do músculo. Sendo assim, o paciente deve ser orientado a realizar movimentos da mímica facial repetidas vezes, trabalhando a mobilidade muscular.
Nas fases flácida e de recuperação do movimento, a conscientização e concentração do paciente durante a realização dos exercícios são importantes, para que ocorra controle voluntário, promovendo a conexão do sistema nervoso central com o exercício, possibilitando, assim, a reprogramação neural. Desta forma, o uso do espelho pode ser um recurso interessante, pois por ser um recurso de feedback favorece maior controle do movimento.
Quando há regeneração completa da lesão do nervo facial, pode ocorrer um crescimento axonal que não acompanha o direcionamento perineural original, tendo como sequelas mais comuns as diadococinesias, diminuição da amplitude do movimento e contraturas. A intervenção fonoaudiológica, nesses casos, visa a reprogramação do controle motor, alongamento e relaxamento da musculatura em contratura, além do aumento da amplitude dos movimentos.
O uso da compressa fria na hemiface afetada visa o estímulo à contração da musculatura paralisada por meio do arco reflexo de propriocepção e exterocepção. Com a apresentação do estímulo frio, a condução nervosa é realizada pelas fibras aferentes somáticas gerais do nervo facial. Em seguida, há conexão com o núcleo motor do nervo facial, no tronco encefálico. Por fim, ocorre a contração da musculatura da face devido ao estímulo das fibras eferentes do nervo facial.