Segundo o geógrafo Ariovaldo Oliveira, “ao invés da burguesia atuar no sentido de remover o entrave (a irracionalidade) que a propriedade privada da terra traz ao desenvolvimento do capitalismo, atua no sentido de solidificar ainda mais, a propriedade privada da terra”. (Fonte: OLIVEIRA, Ariovaldo Umbelino. Modo de Produção Capitalista, agricultura e Reforma Agrária. São Paulo: FFLCH, 2007, p 132.)
Sobre a propriedade privada no campo brasileiro, com base na obra citada, o autor conclui que:
a Assembleia Constituinte de 1988, recebeu atenção especial por parte do campesinato que votou com unanimidade em prol da diluição da propriedade da terra com vistas a propiciar uma reforma.
o capítulo da reforma agrária presente na Assembleia Constituinte de 1988, recebeu atenção especial com base em uma aliança entre burguesia e elite política, esta última votou com unanimidade e fortaleceu a propriedade da terra.
a Assembleia Constituinte de 1988 não recebeu atenção especial por parte do campesinato, portanto o movimento enfraqueceu e não foi capaz de evitar que a propriedade da terra fosse avaliada pela pauta da reforma agrária no Ministério da Agricultura posteriormente.
a elite agrária e o campesinato debateram seus interesses durante a Assembleia Constituinte de 1988, mas ambos não chegaram a um consenso por falta de quórum, portanto ambos os movimentos se enfraqueceram e a decisão sobre a propriedade da terra foi apreciada pelo Supremo Tribunal Federal.