A economia mundial deixara totalmente de ser, como fora em meados do século XIX, um sistema solar girando em torno de uma estrela única, a Grã-Bretanha. […] Um certo número de economias industriais nacionais agora se enfrentavam mutuamente. Sob tais circunstâncias a concorrência econômica passou a estar entrelaçada com as ações políticas, ou mesmo militares do Estado. […] Do ponto de vista do capital, o apoio político passaria a ser essencial para manter a concorrência estrangeira à distância. […] Do ponto de vista dos Estados, a economia passou a ser desde então tanto a base mesma do poder internacional como seu critério.
(Eric J. Hobsbawm. A era dos Impérios, 1988. p. 437- 438)
O texto refere-se à conjuntura histórica às vésperas da Primeira Guerra Mundial, que teria contribuído para a sua eclosão na medida em que
as grandes corporações econômicas procuravam explorar politicamente a ideologia nacionalista no combate às organizações socialistas multinacionais.
a vinculação de governos economicamente fortalecidos com forças produtivas de grande dinamismo multiplicava no mundo as áreas de conflito.
as disputas por mercados consumidores de produtos industriais e fornecedores de matérias-primas impediam a formação de alianças entre os países.
as independências das nações colonizadas da África e da Ásia prejudicavam a continuidade do crescimento econômico dos países imperialistas.
a exigência de proteção política das economias nacionais promoveu a ascensão de regimes ditatoriais nas nações economicamente desenvolvidas.