“Alguns morreram queimados em suas igrejas e há relatos de castração e evisceramento e de que alguns foram enterrados vivos depois de obrigados a cavar o próprio túmulo. Muito mais igrejas foram incendiadas e vandalizadas. Sobrepelizes foram usadas em touradas de mentirinha nas ruas. Um republicano que se vestiu de brincadeira com os trajes cerimoniais do arcebispo de Toledo foi fuzilado por um miliciano bêbado que o confundiu com o primaz. O vinho da comunhão foi bebido nos cálices sagrados, quebraram-se vitrais e milicianos se barbearam nas pias batismais.
(BEEVOR, Antony. A Batalha pela Espanha – A Guerra Civil Espanhola (1936-1939). Trad. Maria Beatriz de Medina. Rio de Janeiro: Record, 2012. p. 137-138.)
Sobre a Guerra Civil Espanhola, é incorreto afirmar que:
A Espanha da década de 1930 passava por dificuldades econômicas decorrentes da Crise de 1929 e de disputas políticas internas. Em 1936, a Frente Popular, ligada ao Partido Republicano e a grupos comunistas, socialistas e anarquistas, ganhou as eleições. Essa vitória instalou medo nos setores conservadores da sociedade espanhola, que viam na mesma uma ameaça de revolução socialista.
Haviam dois grupos com projetos muito distintos dividindo a sociedade espanhola: de um lado, os Nacionalistas, formado por monarquistas que queriam o retorno do rei Alfonso XIII, proprietários de terras, Exército e Igreja Católica; do outro lado, trabalhadores urbanos e camponeses, organizações sindicais e diferentes grupos políticos de esquerda formavam o grupo dos Republicanos.
Na Europa da década de 1930, a Guerra Civil Espanhola não significou apenas disputa de poder entre espanhóis, foi também uma guerra ideológica. A Alemanha nazista enviou parte de sua Força Aérea (Luftwaffe) a Legião Condor, e Mussolini mandou cerca de 50.000 homens para combater ao lado dos Nacionalistas.
Na Europa da década de 1930, a Guerra Civil espanhola não significou apenas disputa de poder entre espanhóis, era também uma guerra ideológica. A Frente Popular, ligada ao Partido Republicano e a grupos comunistas, socialistas e anarquistas, não recebeu o apoio que esperava da União Soviética e de outros grupos estrangeiros, ficando abandonada à própria sorte.