Os livros de síntese sobre a história da independência da América Latina [...] quase não fazem referências à participação das mulheres nesses acontecimentos. O quase desaparecimento e esse silêncio em torno de sua atuação nos faz voltar à imagem prevalecente da mulher como criatura pouco interessada e nada participante nas questões políticas.
(Maria Lígia Coelho Prado, América Latina no Século XIX: Tramas, Telas e Textos)
Na obra citada, Prado
comprova a quase total ausência feminina no processo de emancipação política latino-americana, que se resumiu a apoiar as forças realistas e sabotar as forças populares em luta contra o colonialismo ibérico.
reconhece o importante papel exercido pelas mulheres na luta contra o colonialismo ibérico, mas critica a historiografia das mulheres por superestimar a participação feminina nas guerras de independência.
indica que a participação política das mulheres nas lutas pela independência na América Latina é muito mais significativa do que se supõe, mostrando que as mulheres não estavam alheias às coisas públicas.
distingue as mulheres pertencentes às classes proprietárias, sempre demarcando com as forças legalistas, e as mulheres oriundas das classes populares, participantes dos exércitos emancipacionistas.
revela que as raras mulheres envolvidas no processo de independências da América Latina eram dedicadas à vida religiosa e se contrapunham aos realistas.