No Brasil, os grupos empobrecidos e descendentes de escravizados, apesar da abolição da escravatura e da proclamação da República, continuaram a viver em completa e violenta desigualdade. Contudo, não só de opressão vivia o povo. É importante lembrar que a movimentação, a reação e a resistência que fazem parte da história do negro brasileiro constituem momentos importantes da história do Brasil.
A população negra nunca aceitou passivamente essa situação. Na luta pela construção da cidadania muito sangue foi derramado.
(Kabengele Munanga e Nilma Lino Gomes. O negro no Brasil de hoje)
Entre outras formas de resistência e luta desde a abolição, Munanga e Gomes apresentam o Teatro Experimental Negro, que
resultou da fusão das inúmeras associações de defesa das causas negras existentes em São Paulo, desde o último quartel do século XIX, e priorizou a formação teórica dos artistas, essencialmente afrodescendentes, e a montagem de peças clássicas.
nasceu na primeira década do século XX, no Recôncavo Baiano, e foi herdeiro direto dos grupos que defendiam a abolição da escravatura, voltando-se para a formação prática de artistas negros e simpatizantes da luta pela igualdade racial.
constitui-se, a partir dos anos 1930, nas principais cidades mineiras, a partir de grupos políticos e religiosos conservadores, que defendiam a necessidade de artistas negros, mas consideravam a qualidade superior da arte de origem europeia.
surgiu no Rio de Janeiro, na década de 1940, tendo o objetivo de abrir as portas das artes cênicas brasileiras para atores e atrizes negros, além de publicar um periódico no qual retratou o ambiente político e cultural de mobilização antirracista no Brasil.
apareceu, ao fim do século XIX, no estado do Ceará, a primeira região brasileira a extinguir a escravidão e especializou na montagem de peças que tratassem do escravismo no Brasil como uma experiência voltada para a inclusão dos negros.