Em 1816 chegava um grupo de artistas franceses que aqui aportava com o objetivo de começar as artes a partir do zero. Fazendo pouco da produção artística já existente na colônia, tais artistas traziam na bagagem um modelo acadêmico e neoclássico – modelo que, entre outros, dera grandiosidade, passado e memória ao governo “plebeu” de Napoleão Bonaparte. [...]
SCHWACRZ, Lilia Moritz. Cultura. In: SCHWARCZ, Lilia Moritz (direção). História do Brasil Nação: 1808-2010. V. 1 Crise colonial e independência, 1808-1830. Rio de Janeiro: Objetiva, 2011. p. 235.
Os artistas franceses que chegaram em 1816, alguns permanecendo por longos anos nas terras tropicais, vieram para o Brasil porque
a presença e permanência da Corte no Rio de Janeiro demandava artistas de formação acadêmica que pudessem lhe representar, pelas telas, esculturas, arquitetura, na perspectiva neoclássica francesa.
buscavam asilo político depois da queda de Napoleão, uma vez que sua arte foi realizada em favor do enaltecimento do imperador e do império, sendo, por isso, perseguidos pelas leis de segurança da monarquia restaurada.
a cidade passou, com o estabelecimento da Corte no Rio de Janeiro, a atrair uma grande quantidade de pessoas ávidas por respirar ares mais intelectualizados, sendo potenciais consumidores da cultura das belas artes.
entre os artistas brasileiros não havia, até a chegada da Missão Francesa, artistas do estilo neoclássico, já que eles haviam estudado em escolas de estilo barroco, como a que formou Aleijadinho.