A marcha da civilização é caracterizada, exatamente, por semelhantes situações, a que genericamente podemos chamar de modernizações.
Estas mudanças nem sempre são percebidas, porque têm suas origens em movimentos de fundo e em acelerações até então desconhecidas, as quais permitem a entrada em cena de novos atores.
É assim que se dão as rupturas, e novos objetos, novas paisagens, novas relações, novos modos de fazer, de pensar e de ser se levantam e se difundem.
A história pode ser vista como um fluxo ininterrupto, de cujo passado e futuro entrelaçam num presente mais ou menos revelador dos processos responsáveis pelas grandes mudanças.
Tais modernizações, a princípio isoladas e lentas, tornam-se mais rápidas e espalhadas com o advento do capitalismo.
(Milton Santos, Correio Braziliense, 15/10/2000, com adaptações)