Acerca das obras Vidas Secas, de Graciliano Ramos, e Grande Sertão: Veredas, de João Guimarães Rosa, assinale a alternativa correta.
Ambos os livros articulam um discurso ficcional crítico, evidenciando as contradições sociais entre elite e povo, e são narrados em terceira pessoa.
Ambos os livros trazem, com abundantes experimentações lexicais, narrativas sertanejas da caatinga.
Ambas continuam uma tradição regionalista que, em Vidas Secas, responde ao tema do silenciamento imposto pelas elites agrárias aos sertanejos, expresso no personagem de Fabiano, que, ao fim do romance, toma a palavra e relata, em protesto, seu drama social. Em Grande Sertão: Veredas, a tradição regionalista é sintetizada a partir da fala do personagem-narrador, o jagunço Riobaldo, cujo discurso, rico em recursos poéticos, confronta uma perspectiva caricata e subalternizada de representar personagens populares.
Vidas Secas, narrado em terceira pessoa, reforça um estatuto mimético ambíguo entre narrador e personagem, problematizando a relação entre linguagem, violência e alteridade. Grande Sertão: Veredas, enunciado em primeira pessoa, reatualiza criticamente a representação da fala de uma personagem popular, concedendo-lhe complexidade literária frente à expressão de seus problemas existenciais.
Ambas continuam a tradição modernista de rupturas formais inspiradas em vanguardas europeias do século 20.