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Considerando os mecanismos de coesão textual, assinale a alternativa em que a afirmativ...

Considerando os mecanismos de coesão textual, assinale a alternativa em que a afirmativa acerca da conexão entre as partes do texto é incorreta.

A

“Há qualquer coisa de especial nisto de botar a cara na janela em crônica de jornal ‒ eu não fazia isso há muitos anos, enquanto me escondia em poesia e ficção. Crônica algumas vezes também é feita, intencionalmente, para provocar. Além do mais, em certos dias mesmo o escritor mais escolado não está lá grande coisa.”


(LUFT, L. Pensar é transgredir. Rio de Janeiro: Record, 2004. Adaptado).

Os pronomes nisto e isso remetem ao termo botar a cara na janela em crônica de jornal, sendo que o primeiro estabelece uma relação catafórica, e o segundo, uma relação anafórica com esse termo.

B

“Qualquer que tivesse sido seu trabalho anterior, ele o abandonara, mudara de profissão e passara pesadamente a ensinar no curso primário: era tudo o que sabíamos dele. O professor era grande, gordo e silencioso, de ombros contraídos.”


(LISPECTOR, Clarice. A legião estrangeira. São Paulo: Ática, 1977. p.11.)


O pronome possessivo seu e o pronome pessoal reto ele antecipam o substantivo professor em um processo catafórico.

C

“Eu darei sempre o primeiro lugar à modéstia entre todas as belas qualidades. Ainda sobre a inocência? Ainda, sim. A inocência basta uma falta para a perder; a modéstia só culpas graves, só crimes verdadeiros podem privar. Um acidente, um acaso podem destruir aquela, a esta só uma ação própria, determinada e voluntária”


(GARRET, Almeida. Viagens na minha terra. Rio de Janeiro: Ediouro, 1969. p.58.)


O pronome demonstrativo aquela retoma o substantivo modéstia, e o pronome demonstrativo esta recupera a palavra inocência, em um processo anafórico.

D

“Há um morcego voando de madrugada pela rua Montenegro. Sempre depois de duas horas, nunca depois de quatro. Escolhe entre janelas abertas e penetra em quartos de moças, para lhes chupar o sangue. Faz isso de leve, sem acordar a vítima.”


(ANDRADE, Carlos D. de. Contos Plausíveis. São Paulo: Companhia das Letras, 2012. Adaptado)


Os verbos do texto têm o mesmo referente, explícito no primeiro período do trecho e elíptico nos períodos seguintes, mas facilmente depreendido no contexto.