Ítalo Calvino, na obra Por que ler os clássicos, reflete sobre o que seria exatamente um “clássico”. Uma de suas conclusões é a de que um “clássico”:
refere-se a leituras que se distinguem pela sua antiguidade e estilo, de modo a nos fazer compreender mais a fundo o tempo histórico no qual foram produzidas.
pode ser tanto uma obra antiga como uma moderna que já possua um lugar próprio em uma continuidade cultural, a partir de traços deixados na linguagem ou nos costumes.
é tudo aquilo que relega as questões da atualidade a uma posição secundária e que pode prescindir de tais questões.
condiciona formas de consciência e molda o comportamento futuro, ainda que pouco do livro lido permaneça na memória consciente.
diferencia-se de obras advindas exclusivamente da cultura popular, de modo que nem todos os setores sociais têm acesso a elas.