O romance romântico brasileiro dirigia-se a um público mais restrito do que o atual: moços e moças provindos das classes altas e, excepcionalmente, médias; profissionais liberais da corte ou dispersos pelas províncias; e um tipo de leitor à procura de entretenimento, que não percebia muito bem a diferença de grau entre um autor e outro. Para esses devoradores de folhetins franceses, divulgados em massa a partir de 1830, uma trama rica de acidentes bastava como pedra de toque do bom romance. À medida que os nossos narradores iam aclimando à paisagem e ao meio nacional os esquemas de surpresa e de fim feliz dos modelos europeus, o mesmo público acrescia ao prazer da urdidura o do reconhecimento ou da autoidealização.
Alfredo Bosi. História concisa da literatura brasileira. São Paulo: Cultrix, 1989, p. 141-2 (com adaptações).
Tendo como referência o fragmento de texto acima e os múltiplos aspectos por ele suscitados, assinale a opção correta, com relação à ficção romântica.
Bernardo de Guimarães, no romance A escrava Isaura, introduz na literatura brasileira a valorização da negritude, por meio da construção da personagem principal como uma africana de pele negra, distante dos padrões estéticos europeus.
A moreninha e O moço loiro, de Joaquim Manuel de Macedo, são considerados romances regionalistas, visto que focalizam os costumes e a vida na zona rural.
Manuel Antônio de Almeida, no romance Memórias de um sargento de milícias, realiza uma crítica severa aos costumes do clero, da nobreza e das sociedades industrializadas, valorizando a honra do homem simples.
As obras produzidas por José de Alencar incluem romances urbanos (Senhora, Cinco minutos, A viuvinha), romances históricos (As minas de prata, Guerra dos mascates), romances indianistas (Ubirajara, Iracema, O guarani), romances regionais (O gaúcho, O sertanejo) e peças de teatro.