Como se pode deduzir, Pedro Nava é um ser terrível, um perturbador da ordem, um russo. É o poeta russo Pedro, o grande. Só se sente bem ou no seu hospital, onde combate, com uma prudência de conhecedor a fundo, todos os candidatos à Morte; ou perturbando a alma alheia com sua grande tristeza – e por que não dizer dorde- corno? – sua ternura úmida e animal de mastim fiel, e a sua poesia lancinante.
À luz da compreensão do texto Encontros como um todo, pode-se dizer CORRETAMENTE, a propósito do parágrafo acima destacado, que:
a palavra "russo" aparece primeiro como um substantivo, construindo uma metáfora, e, depois, como um adjetivo empregado em sentido próprio
no segundo período, a expressão "o poeta russo Pedro" é objeto direto, e "o grande" é um aposto, pois faz uma especificação, ou apreciação
a expressão "Pedro, o grande" faz alusão à expressão "Alexandre, o grande", consoante o fato de que a Pedro Nava e a Alexandre (o grande) se aplica a qualificação de "terríveis", ou seja, impiedosos
no terceiro período, surge um traço sádico da personalidade de Pedro Nava, de vez que este só se alegra ("só se sente bem") em face do sofrimento alheio (dos "candidatos à morte") ou fazendo sofrer ("perturbando a alma alheia")
no terceiro período ocorre uma figura de linguagem, pois, como médico, Pedro Nava não pode combater propriamente "todos os candidatos à morte", mas, sim, a candidatura, de seus pacientes, à morte